
DATE
AUTHOR
IMAGE
João Araió é jornalista, poeta, fotógrafo e cineasta piauiense radicado no Rio de Janeiro. Formado em Comunicação Social pela PUC-Rio, fez parte de coletivos que atuam em comunicação comunitária, produção cultural, direito à cidade, direitos humanos, teatro e educação popular. Atualmente, atua como coordenador pedagógico da GatoMídia, uma agência, rede e metodologia de aprendizagem em mídia e tecnologia voltada para a juventude negra e indígena. Na fotografia e no audiovisual, pesquisa o espaço cotidiano, as narrativas e os dispositivos de preservação da memória de comunidades tradicionais, periféricas e diaspóricas.
João Araió fala com Obirin Odara para o WoU.info. João é o coordenador da iniciativa pedagógicada GatoMídia, que busca o reconhecimento e a expansão do alcance de iniciativas lideradas por pessoas subordinadas por estruturas econômicas, políticas, estéticas e sociais.
Nesta entrevista, somos duas pessoas negras que se comunicam usando diferentes estratégias produzidas a partir de nossas identidades. Essas estratégias são criadas não apenas para a sobrevivência, mas também para reelaborar o futuro junto com o presente a partir de uma perspectiva ancestral.
Obirin: Para começar, conte-nos um pouco sobre sua trajetória, João?
João: Meu nome é João Araió e estou falando com você agora do território da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Nasci no Piauí e vim para cá quando tinha 10 anos de idade. Sou jornalista de profissão e, quando me encontrei no mercado de trabalho, sofri algumas decepções profissionais, principalmente quando trabalhava como assessor de imprensa. Por isso, decidi procurar outro caminho. Entrei em um coletivo chamado 'Ocupa Alemão', a partir do qual foi criada a ideia do GatoMídia.
O coletivo Ocupa Alemão surgiu em um contexto de violência contra os jovens daquele território, na virada de 2012 para 2013. Estávamos no auge do avanço da política de Segurança Pública no Rio de Janeiro com a implantação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). Surgimos em um momento de aumento da violência policial, que trouxe muita violação dos direitos da população negra, além da criminalização da vida cotidiana na favela, da cultura e do conhecimento. Isso provocou uma espécie de mecanização da vida dentro das comunidades. Começaram a implantar o toque de recolher a partir das 10 horas da noite no Complexo do Alemão e no Borel. O coletivo realizou uma ação de enfrentamento a esse toque de recolher, que também incluiu uma atividade cultural para conscientizar os moradores. Foi desse desejo de criar um espaço que também fosse de troca e compartilhamento de conhecimentos e experiências que nasceu a ideia do GatoMídia. No início, era um conjunto de oficinas em que levávamos algum conteúdo para os jovens do Complexo do Alemão e, aos poucos...
Keep exploring
Ctrl Alt Defeat: Qual é a obsessão com o "vício em jogos"?
Em um mar de opiniões contraditórias, queremos saber se os rumores sobre o tempo gasto on-line são fatos ou ficção.
3 MINS READ
Agora você está entrando no playground digital
Um guia para tutores sobre como os jovens usam a mídia social
3 MINS READ
Reduzir, reciclar, reiniciar
Por que nossa mentalidade sustentável precisa de uma atualização.
6 MINS READ